Hoje, 16 de novembro, Dia Nacional da Amazônia Azul, a Marinha do Brasil divulga ações nesta área marítima considerada a principal via de transporte do comércio exterior do País, além de abrigar grande diversidade de recursos naturais (como pescado e biodiversidade marinha) e importante reserva de petróleo, gás e outros recursos minerais. As reportagens abordarão as suas quatro vertentes: científica, econômica, ambiental e soberania. Essa é primeira delas, que destaca as pesquisas científicas realizadas neste ambiente.
A Lei nº 13.187 de 2015 instituiu o Dia Nacional da Amazônia Azul, comemorado anualmente em todo o território nacional. A data visa conscientizar a população sobre a importância da Amazônia Azul, área oceânica ligada ao território brasileiro com cerca de 5,7 milhões de km², superior à dimensão da Amazônia Verde e equivalente em termos de biodiversidade e recursos.
Na vertente científica, a Marinha do Brasil (MB) contabiliza que, somente em 2022, 142 pesquisadores já embarcaram em seus navios de pesquisa, incluindo os que operam na Antártica. Muitas dessas expedições ocorrem nas ilhas oceânicas, entre elas o Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e a Ilha da Trindade onde a Marinha tem estruturas apropriadas para apoiar pesquisas e hospedar adequadamente os pesquisadores. O acesso a esses lugares remotos também é coordenado pela MB que fornece treinamento para os cientistas adentrarem ambientes diferenciados, como é o caso de pesquisas no Continente Antártico, cuja base de apoio é a Estação Antártica Comandante Ferraz.
O Vice-Reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Professor Doutor Moacyr Cunha de Araújo Filho, afirma que o embarque para a realização de pesquisas científicas é fundamental para os graduandos em Oceanografia e áreas afins. “Para trabalhar em ciências do mar, os embarques são momentos de muito aprendizado. Eu diria que é fundamental para o pesquisador, aquele que vai seguir carreira acadêmica, ter experiências de embarque, para sentir toda dificuldade, preocupação e aprendizado de coletar dados no local”, afirmou o pesquisador que participa de expedições em navios de pesquisa da Marinha desde a década de 1990.
O Professor Doutor Moacyr compara o oceano a um grande laboratório ao ar livre. “É como um laboratório no qual nós ainda não conhecemos todas as áreas, todas as seções. E uma delas seria o assoalho oceânico, a parte mais profunda do oceano. Eu acho que nós temos uma grande oportunidade de avançar nesse sentido, e utilizar o oceano como uma verdadeira plataforma de estudo, de ensino, de formação e também como um grande celeiro de reservas naturais que estão sendo muito pouco exploradas. E fazer isso com sustentabilidade é fundamental”, concluiu.
Interesses nacionais na Amazônia AzulPara a Capitão de Mar e Guerra Ana Cláudia de Paula, oceanógrafa e Encarregada da Divisão de Recursos Vivos da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), é essencial o envolvimento da Marinha para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas oceânicas e marinhas do Brasil. “Em função da extensão da Amazônia Azul, de sua relevância para o País e para o balanço climático global, emerge uma diversidade de indagações científicas, em diferentes áreas do conhecimento. Desta forma, a MB alia-se ao esforço nacional por meio de parcerias com instituições científicas e de fomento à pesquisa. Sendo assim, ter pesquisadores embarcados em seus navios consolida uma das contribuições da Marinha em fortalecer a ciência brasileira no cenário internacional”, afirmou.
As pesquisas contribuem para a ampliação do conhecimento e para a eficaz utilização do meio ambiente marinho no interesse da MB, sendo fundamentais para o emprego e planejamento de operações navais, de socorro e de salvamento. “Essas pesquisas também são importantes ferramentas para o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), contribuindo para o estabelecimento da arquitetura e distribuição de sensores na costa e nas ilhas oceânicas brasileiras”, explicou a Capitão de Mar e Guerra (T) Ana Cláudia.
A Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) possui três planos que se relacionam diretamente com a Amazônia Azul: o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC); o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC); e o Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM).
O LEPLAC tem o objetivo de estabelecer o limite exterior da Plataforma Continental para determinar a área marítima, além das 200 milhas náuticas, na qual o Brasil exercerá seus direitos de soberania para a exploração e o aproveitamento dos recursos naturais do leito e subsolo marinho.
O PNGC visa promover o gerenciamento costeiro do País bem como o ordenamento do uso sustentável dos recursos costeiros, por meio do planejamento integrado da utilização desses recursos. O ordenamento é importante porque a Zona Costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental, cuja diversidade é marcada pela transição de ambientes terrestres e marinhos.
Já o PSRM tem diversos programas e ações voltadas para a conservação e a exploração sustentável dos recursos marinhos, conduzidas e coordenadas pela CIRM. Por meio do PSRM é possível realizar atividades de pesquisa, de monitoramento oceanográfico e estudos do clima, bem como de exploração e conservação dos seus recursos naturais. As pesquisas são desenvolvidas nas Ilhas de Trindade e Martin Vaz e no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, por meio do Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (PROTRINDADE) e do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo (PROARQUIPELAGO).
Leia a Ordem do Dia do Estado-Maior da Armada sobre a Amazônia Azul.
Na próxima sexta-feira, dia 18 de novembro, será lançado o livro “Economia Azul: vetor para o desenvolvimento do Brasil”, na Escola de Guerra Naval no Rio de Janeiro (RJ). O evento será transmitido ao vivo pelo canal da Marinha no YouTube.
Na mesma data, teremos entrevista no PodCast “A todo Pano” (disponível para IOS e Android) com dois dos 83 autores dessa publicação, que foi planejada e coordenada pela Diretoria-Geral de Navegação.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.
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