Jovens do Tiro de Guerra de Londrina realizaram, entre os dias 2 e 4 de junho, o exercício no terreno que marca a conclusão do Curso de Formação de Cabos.
Os alunos foram submetidos a uma série de treinamentos, como marchas, pista de orientação, progressão no terreno com transporte de feridos, pista de primeiros socorros e sobrevivência. Ao fim do acampamento, os militares empreenderam uma patrulha de combate.
A experiência militar impacta profundamente a vida desses jovens. Segundo o atirador Vinicius da Silva Moreira, sua rotina e atitude melhoraram de modo decisivo desde que foi incorporado ao Tiro de Guerra de Londrina. “Eu melhorei o meu comportamento em casa, com amigos e desfiz amizades prejudiciais à minha vida. Planejo concluir o Curso de Formação de Cabos e seguir a carreira militar. Hoje eu consigo sentir que estou me tornando um cidadão melhor. Servir ao Exército foi a melhor coisa que ocorreu em minha vida”, relatou o jovem.
O Subtenente Leonardo Martins Rodrigues, Chefe de Instrução, explica a importância do Tiro de Guerra para o Exército e para a sociedade. “Além de formar o reservista, nosso objetivo também é formar cidadãos conscientes dos problemas locais de sua comunidade, direcioná-los para o mercado de trabalho e orientá-los para a continuidade dos estudos na faculdade”, destacou o Subtenente.
Formação do atirador
Os Tiros de Guerra são um tipo especial de organização militar, que abrangem diversos municípios brasileiros e conciliam serviço militar e atividades civis. Seu objetivo é formar um contingente de reservistas aptos a promover a defesa territorial e defesa civil.
No tiro de guerra, os jovens incorporados são chamados de atiradores. A formação do atirador é realizada ao longo de 9 meses, com uma carga reduzida de 12 horas por semana, para que o atirador consiga conciliar o treinamento militar com trabalho e estudo. São oferecidas instruções operacionais, de apoio a saúde, ação comunitária, defesa civil e meio ambiente. Os atiradores com desempenho superior podem alcançar a promoção por meio do Curso de Formação de Cabos.
Ao longo do ano, uma série de treinamentos operacionais e ações sociais são realizados. Na vertente militar, os atiradores aprendem sobre hierarquia e disciplina, uniformes, ordem unida, realizam marchas, instrução de tiro de fuzil, primeiros socorros, entre outras. Já na vertente social, são realizadas doações de sangue, ações de combate à endemias, instrução para a prevenção de acidentes, palestras sobre estudo, emprego e capacitação profissional, além de várias missões de apoio à comunidade.
Além de preparar o militar para o combate, o Tiro de Guerra desenvolve nos jovens atiradores atributos como liderança, persistência e camaradagem.
Histórico dos tiros de guerra
A origem do Tiro de Guerra remonta ao ano de 1902, quando foi fundada, no Rio Grande (RS), uma sociedade de tiro ao alvo com finalidades militares. A partir de 1916, impulsionada pela campanha de Olavo Bilac em prol do serviço militar obrigatório e com o apoio do governo municipal, a sociedade de tiro tornou-se o primeiro Tiro de Guerra destinado à formação de reservistas do Exército Brasileiro. Desde então, novas organizações foram criadas e hoje são mais de 200 tiros de guerra espalhados por todo o Brasil.