Presidida pelo Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, a cerimônia contou com a presença dos Almirantes de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha e Alexandre Rabello de Faria, e marcou o início da confecção da estrutura que compõe a chamada Seção de Qualificação. O evento contou, também, com a presença de autoridades civis e militares, além de representantes do setor nuclear, acadêmico e empresarial.
O Gerente do Empreendimento Modular de Obtenção de Submarinos, Contra-Almirante (EN) Marcio Ximenes Virgínio da Silva, explicou que, embora a Seção de Qualificação não vá fazer parte do submarino, ela é essencial para permitir a homologação do processo construtivo e, por conseguinte, a certificação do Estaleiro para a construção do meio naval. “O primeiro corte das chapas visando à confecção de almas – as quais formarão uma série de cavernas que serão unidas aos chapeamentos – comporão as subseções e, finalmente, a Seção de Qualificação. O processo de homologação envolve demais atividades além daquelas diretamente ligadas às atividades-fim, como a movimentação entre cada estação de trabalho e a análise das dificuldades intrínsecas aos processos, considerando o peso desta seção – de aproximadamente cem toneladas. A seção de Qualificação permitirá aferir a capacidade, única no hemisfério sul, de construção de um submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear. Assim, este momento marca o início da busca pelo estaleiro de sua qualificação com o processo construtivo a ser homologado, de forma a permitir futuramente o início da construção do Submarino”, disse o Contra-Almirante (EN) Ximenes.
O SCPN, objetivo principal do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, é o mais ambicioso programa estratégico da Marinha, pois capacita o País a projetar e a construir submarinos convencionais e com propulsão nuclear, tendo como base principal a transferência de tecnologia, a nacionalização de equipamentos e sistemas, bem como a capacitação de pessoal, além de contribuir de forma expressiva com a geração de milhares empregos. No momento, o projeto envolve cerca de 1.500 trabalhadores, entre militares e civis. O programa, no entanto, tem capacidade de gerar até 24 mil empregos diretos e 40 mil indiretos.
Durante o evento, o presidente da Itaguaí Construções Navais (ICN), Renaud Poyet, destacou a satisfação de fazer parte deste dia junto a todos os responsáveis por atingir esta grande conquista. “O Brasil está dando um passo que vai elevar a nossa tecnologia ao nível de países como a França, os Estados Unidos, a China, a Inglaterra e a Rússia. E a Marinha do Brasil no comando deste moderno submarino terá todas as condições de proteger o vasto litoral brasileiro”, disse o presidente Poyet.
O Diretor-Geral Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, acompanhado do Presidente da ICN e do Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, Vice-Almirante (Engenheiro Naval da Reserva) Sydney dos Santos Neves, realizou o acionamento do dispositivo de corte, dando início à nova etapa de construção.
Primeiro corte das chapas
Na sequência, o Almirante Petronio destacou o extraordinário salto tecnológico que o Programa representa para o Brasil, contribuindo de forma substancial para que o setor de defesa atinja um patamar estratégico relevante em proveito dos legítimos interesses do Estado brasileiro. “Navegamos, devidamente abalizados, rumo à conquista de um sonho, o Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear, uma aspiração legítima para um País com vocação em garantir sua soberania, defender as suas riquezas e o seu povo”, afirmou.
A soldadora Danusa Morais comenta que se sente extremamente orgulhosa em fazer parte do PROSUB. “Fomos capacitados aqui no CNI já que a solda que será utilizada no SCPN exige capacitação específica e muita qualidade.”
De acordo com a Dra. Inayá Corrêa Barbosa Lima, Professora do curso de Engenharia Nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PEN/COPPE/UFRJ), a participação das universidades e dos institutos de pesquisas nas atividades do PROSUB assegura a disseminação do conhecimento do setor nuclear no País, possibilitando a retenção de capital intelectual evitando a “fuga de cérebros” da nação brasileira”..
As informações são da Agência Marinha de Notícias.