Nova fase concentra esforços no ataque às infraestruturas criminosas
A Marinha do Brasil, em conjunto com as demais Forças Armadas, tem intensificado o combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, no âmbito da Operação “Catrimani II”, coordenada pelo Ministério da Defesa, que teve início no dia 1º de abril. O posto do Comando Operacional Conjunto Catrimani II, localizado em Boa Vista (RR), opera em estreita colaboração com Agências e Órgãos de Segurança Pública, além da Casa de Governo em Roraima. O objetivo é fortalecer a proteção dos povos originários na região.
Programada para ocorrer até 31 de dezembro, esta nova fase da Operação recebe esse nome em homenagem ao rio Catrimani, um dos mais afetados pelo garimpo ilegal, e se concentra no combate às atividades ilícitas e crimes ambientais na região. O objetivo principal é a retirada de pessoas que estão ocupando a área de forma ilegal e a destruição da infraestrutura utilizada pelo garimpo.
“Desde o início do mês de abril entramos num caráter mais repressivo, buscando neutralizar, em coordenação com as Forças de Segurança, a infraestrutura do garimpo no interior das terras indígenas. Estamos atuando no ataque à logística dessa atividade”, declarou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Luís Manuel de Campos Mello.
Além das ações repressivas, a Operação “Catrimani II” também inclui medidas estruturantes e permanentes para proteção dos povos indígenas Yanomamis, como a implantação de destacamentos de fronteira, bases de apoio às operações e ao suporte de saúde, além de postos de bloqueio fluvial.
Desafios logísticos
A região da Terra Indígena Yanomami abriga, aproximadamente, 27 mil indígenas e possui uma extensão territorial maior que Portugal, caracterizada por densas florestas e poucos recursos navegáveis, o que torna o acesso desafiador e quase que inteiramente dependente do apoio aéreo. As pistas, no interior das florestas, são precárias e, muitas vezes, não oferecem condições adequadas para operação com aeronaves de asa fixa, tornando mandatório o uso de helicópteros.
O piloto da aeronave da Marinha empregada na Operação, Super Cougar (UH-15), Capitão de Corveta Walter Vinicius Antunes Dias, afirma que as grandes distâncias e densas matas são um desafio. “Os locais para pouso alternativo em caso de necessidade são afastados, o que requer atenção redobrada ao planejamento e à condução do voo por parte da tripulação. Além disso, a meteorologia da região nessa época do ano é instável, com o surgimento de formações chuvosas durante o dia e de neblinas na copa das árvores pelas manhãs”, relatou.
“Catrimani I”
A primeira etapa da Operação “Catrimani”, ocorrida no período de janeiro a março, focou na ajuda humanitária realizada pelas Forças Armadas. Foi prestado atendimento a mais de 230 comunidades indígenas, incluindo transporte de cargas e combustível, evacuação aeromédica e distribuição de cestas básicas, totalizando 360 toneladas de alimentos entregues. Nesse esforço logístico, os militares realizaram mais de 2.400 horas de voo, em 36 aeronaves das três Forças.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.