Até o próximo sábado (22), mais de 15 mil estudantes de 6 a 19 anos de cerca de 50 países estarão reunidos em Houston, no Texas, Estados Unidos, para o FIRST Championship. O Brasil garantiu vaga para o torneio mundial de robótica e será representado pela maior delegação na história da competição: serão cerca de 110 estudantes, distribuídos em 10 equipes, dos estados do RS, SC, SP, RJ, MT e GO. Eles se classificaram no Festival SESI de Robótica, que ocorreu em março em Brasília.
O mundial, realizado pela organização sem fins lucrativos FIRST, é grandioso e diferente porque não é só sobre ter o melhor robô. Além de programar e construir máquinas que devem cumprir tarefas em modo totalmente autônomo e teleoperado para somar pontos em partidas de até 2 minutos e meio, os times também são avaliados por outros critérios:
– Um projeto de pesquisa, que é uma solução para um problema real dentro do tema da temporada (neste ano, é energia);
– Plano de negócios da equipe, patrocínios e projetos sociais para levar ciência e tecnologia para a comunidade;
– Os valores que apresentam durante o torneio, como trabalho em equipe, inclusão, criatividade e diversão.
Como funciona o torneio e as modalidades
Todo ano, muda o desafio que o robô tem que cumprir e os estudantes começam a montagem e a programação do zero, com liberdade para escolher o formato, as peças e as estratégias que vão usar. O mundial tem quatro modalidades de competição, que variam de acordo com a idade dos competidores, o tamanho e o peso dos robôs e a complexidade das tarefas.
FIRST LEGO League Explore: estudantes de 6 a 10 anos formam equipes de até seis alunos, que montam um conjunto LEGO motorizado e cumprem 12 atividades propostas ao longo da temporada. Essa é a modalidade de entrada, em que os alunos exploram conceitos básicos de programação. Competem no mundial da Explore 60 equipes.
FIRST LEGO League Challenge (FLL): alunos de 9 a 16 anos formam equipes de 2 a 10 integrantes para construir robôs feitos de peças de LEGO, que devem cumprir uma série de atividades em uma mesa e somar o máximo de pontos em 2 minutos e meio. O time ainda é responsável por idealizar e criar um projeto de inovação, que é uma solução para um problema real dentro da temática da temporada. Competem no mundial da FLL 108 equipes.
FIRST Tech Challenge (FTC): em equipes de até 15 competidores, estudantes do ensino médio constroem robôs de até 19kg a partir de um kit de peças reutilizáveis, tecnologia Android e uma variedade de níveis de programação. Eles desenvolvem ainda um plano de marketing, projetos sociais e um caderno de engenharia para detalhar o robô, que deve cumprir atividades, como carregar cones e blocos, em uma arena. Competem no mundial da FTC 192 equipes.
FIRST Robotics Competition (FRC): a categoria mais complexa envolve alunos do ensino médio, que constroem e programam robôs de porte industrial, que chegam a 55 kg e têm mais de 1,5 metro de altura. Os robôs também têm que cumprir tarefas, mas aqui a arena é maior, do tamanho de uma quadra de vôlei. A competição é bastante consolidada lá fora, onde os times são patrocinados por grandes empresas, como General Motors, Apple, Xerox, Google, GE Energy, Toyota, que acabam utilizando o torneio para identificar talentos. Competem no mundial da FRC mais de 600 equipes.
Brasil entre os melhores do mundo
Das 10 equipes brasileiras no mundial, duas competem na FLL, duas na FTC e seis na FRC. Além disso, quatro estudantes – dois da FTC e dois da FRC – foram indicados como Dean’s List, prêmio individual que reconhece a liderança e a dedicação de jovens destaque. Eles também são convidados a participar do mundial, onde têm um almoço com o fundador da FIRST e têm a oportunidade de entrar em contato com universidades norte-americanas. Dos cerca de 110 estudantes brasileiros que estarão em Houston, quase metade são meninas.
As informações são da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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